sexta-feira, 5 de abril de 2013

MESTRE PASTINHA TIVESSE VIVO HOJE, TERIA 124 ANOS! PARABÉNS!



Vicente Ferreira Pastinha nasceu em 1889, filho de espanhola Jose Senor Pastinha e de Dona Maria Eugenia Ferreira. Seu pai era um comerciante, dono de um pequeno armazém no centro histórico de Salvador e sua mãe, com a qual ele teve pouco contato, era uma negra natural de Santo Amaro da Purificação e que vivia de vender acarajé e de lavar roupas.

Com oito anos de idade Pastinha conheceu a arte da capoeira. Quem o iniciou foi um negro africano a quem chamava de tio Benedito que ao ver Pastinha um menino pequeno e magrelo apanhar de um garoto mais velho resolveu ensinar-lhe a arte da capoeira. Passava tardes inteiras treinando num velho sobrado da rua do Tijolo em Salvador .Ali aprendeu além de tudo a jogar com a vida e a ser um vencedor.

Viveu uma infância feliz, porém, modesta. Durante as manhãs frequentava aulas no Liceu de Artes e Ofício, onde também aprendeu pintura. À tarde, empinava arraia e jogava capoeira. Com 13 anos era o mais respeitado e temido do bairro. Mais tarde, foi matriculado por seu pai na Escola de Aprendizes de Marinheiro que não concordava muito com a prática da capoeira, pois achava que era muita vadiagem. Conheceu os segredos do mar e ensinou aos amigos que conquistou a arte da capoeira.

Quando completou 21 anos voltou para Salvador, decidido a se dedicar à pintura. Nos horários de folga praticava capoeira às escondidas, pois no início do século esta luta era crime previsto por Lei. No ano de 1941, fundou o Centro Esportivo de Capoeira angola, situado no casarão 19 do Largo do Pelourinho esta foi sua primeira Escola de Capoeira. Seus alunos usavam como uniformes calças pretas e camisas amarelas, cores do time pelo qual torcia na Bahia, o YPIRANGA FUTEBOL CLUBE.

Pastinha trabalhou bastante em prol da Capoeira, representando o Brasil e a Arte Negra em vários países. Com 84 anos de idade, doente, e fisicamente debilitado, foi morar no Pelourinho em um pequeno quarto, com sua segunda esposa, Dona Maria Romélia, deixando a antiga sede da Academia, devido aos problemas financeiros, o único meio de sobrevivência provinha dos acarajés que sua esposa vendia. Em Abril de 1981, participou da última roda de Capoeira de sua vida.


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